O Ubatã Notícias entrevistou, nesta terça-feira (18), o prefeito de Gongogi, Altamirando de Jesus Santos (PDT), o Sapão. Em seu gabinete, o gestor revelou que o município deve cerca de R$ 22 milhões, falou sobre legado de seu governo, instabilidade política e muita mais. Confira a entrevista a seguir.
UN – Prefeito, Gongogi é um município 0,6 no FPM e vem sofrendo com constantes retenções do INSS. Quais transtornos este fato tem gerado para a administração?
Sapão – Estão [os bloqueios] muitos transtornos, muitas dificuldades, porque a receita fica oscilando bastante, fica cada vez mais difícil planejar a administração do município. Outro problema são os prejuízos causados com a queda de receita.
UN – As retenções do INSS foi fator determinante para os atrasos salariais em sua gestão? O problema já foi equacionado?
Sapão – Em 2009 quando assumimos a prefeitura tivemos retenções do INSS que somaram R$ 2 milhões, que acabou sendo determinante para atrasar os salários durante 06 meses, mas conseguimos colocar em ordem. As retenções ocorreram novamente nos anos seguintes. Gongogi deve hoje cerca de R$ 22 milhões, débito este de gestões anteriores, mas graças a Deus, mesmo com tantas dificuldades, os salários de todos os setores da gestão estão em dia.
UN – O seu segundo mandato está se iniciando. Qual será o legado deixado pelo governo Sapão?
Sapão – A nossa marca é tratar o povo com honestidade e sinceridade. É tratar as pessoas com respeito. O nosso desejo seria deixar uma grande quantidade de obras, mas o município não tem recurso para isso e ainda por cima está inadimplente no Cauc, o que nos impede de firmar convênios com o governo federal e também com o governo estadual, mas deixaremos uma marca de trabalho.
UN – Gongogi não possui as certidões negativas de débito. Quais os prejuízos o município vem tendo com isso?
Sapão – Já foi disponibilizada diversas verbas e emendas para Gongogi, mas não conseguimos realizar as obras porque não temos as certidões negativas de débito. Só a Cesta do Povo o município deve R$ 600 mil. Já estamos trabalhando para tirar o município do Cauc e, consequentemente, possibilitar a vinda de obras.
UN – Prefeito, a obra já foi licitada e deve começar em até 30 dias. Qual a importância da reconstrução da BA-120 para o município?
Sapão – Será uma grande satisfação para mim e também para o povo de Gongogi. Quando estamos trafegando na BR-330 e passamos a trafegar na BA-120, naquela buraqueira, isso nos entristece. Mas já conversamos com a empresa responsável e a obra deve começar nos próximos 30 dias. A empresa já alugou casas e já definiu o local onde será instalado o canteiro de obras. Sem dúvida, o deputado estadual Roberto Carlos (PDT) e o deputado federal Roberto Brito (PP) têm muita importância para a realização desta obra. Agradeço também ao vice-governador Otto Alencar (PSD) e ao governador Jaques Wagner (PT). Essa estrada vai simbolizar novos tempos para Gongogi. Se Deus quiser.
UN – Gongogi tem uma das melhores coberturas em atenção básica do sul da Bahia. É prioridade da gestão?
Sapão – A saúde é tudo. Vim de família humilde. A cidade de Gongogi tem, de fato, uma das melhores saúde da região. Uma cidade de pequeno porte, que possui postos atendendo em diversos bairros, hospital funcionando com médicos especialistas, centro de fisioterapia. Estamos trabalhando para melhorar.
UN – E a educação?
Sapão – Pagamos em Gongogi um dos melhores salários do sul da Bahia, e o resultado disso é que estamos avançando. O IDEB do último ano cresceu bastante. Temos de destacar também que temos grandes profissionais, o que contribui para que a educação do município continue avançando.
UN – E qual seria a grande falha da gestão Sapão?
Sapão – Temos muitas falhas e também muitos acertos. Acredito que a nossa maior falha é não conseguir gerir totalmente o município da forma que idealizamos, mas acreditamos que temos feito um governo bom, sobretudo se analisamos as tamanhas dificuldades que enfrentamos desde que assumimos o governo.
UN – Prefeito, o seu adversário nas urnas ingressou com uma ação na Justiça pedindo a cassação de seu mandato. A que pé está o processo?
Sapão – A oposição trabalha para desestabilizar o governo, e quem perde é o povo, a cidade. Fizemos uma campanha linda, com apelo popular, limpa, transparente. Não conseguirão provar nada contra nós, porque trabalhamos com seriedade e respeito à legislação eleitoral. Confiamos na Justiça de Deus e também na Justiça dos homens. Quero aproveitar o espaço para tranquilizar a comunidade de Gongogi e dizer que continuaremos a trabalhar neste mandato para transformar o município.
UN – Prefeito, suas contas foram reprovadas em três oportunidades. Não está faltando zelo com a coisa pública?
Sapão – Em todas as nossas contas o TCM apontou apenas erros técnicos. O TCM apontou em todas elas gastos excessivos com folha de pagamento. Acontece que já assumimos o município com os servidores concursados e estamos gastando mais de 54% da receita com pessoal, o que o TCM proíbe. A saída é demitir funcionários? Não gostaria de fazer isso. Vamos estudar a melhor forma de resolver este problema. Os vereadores, de maneira sábia, aprovaram as nossas contas.
UN – Ao final de seu segundo mandato, qual a Gongogi o senhor espera deixar para o seu sucessor?
Sapão – Esperamos deixar uma Gongogi mais feliz, mais próspera, mais desenvolvida de que quando assumimos. Gostaríamos de deixar toda a população empregada, mas isso é impossível. Tentaremos, por outro lado, criar mecanismos para geração de emprego e renda. Temos ainda de tentar resolver o problema da moradia, que há um déficit no município.
UN – Considerações Finais.
Sapão – Estamos trabalhando para melhores todos os setores da administração. Queremos ver uma cidade melhor, mas próspera, que agrega, que gera emprego, que gera renda. Quero desejar muita paz e fé em Deus para os moradores de Gongogi e também para a nossa comunidade de Tapirama e Nova Palma.